Proposição de 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da Escola Psicanálise ( por Lacan) |
por JACQUES LACAN ( 09/10/1967) |
Antes de lê-la, assinalo que convém entendê-la com base na leitura, a ser feita ou refeita, de meu artigo “Situação da psicanálise e formação do psicanalista em 1956” (páginas 461-95 de meus Escritos/Na edição brasileira, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998. (N.E.).
Vamos tratar de estruturas asseguradas na psicanálise e de garantir sua efetivação no psicanalista. Que a “coexistência”, que bem poderia, também ela, ser esclarecida por uma transferência, não nos faça esquecer um fenômeno que é uma de nossas coordenadas geográficas, caberia dizer, e cujo alcance é mais mascarado pelas tagarelices sobre o racismo. O final deste documento esclarece o modo como se poderia introduzir aquilo que só tende, ao inaugurar uma experiência, a tornar enfim verdadeiras as garantias buscadas. Não nos esqueçamos, no entanto, de que eles são os que mais padeceram com as provações impostas pelo debate com a organização existente. O que o estilo e os fins dessa organização devem ao black-out que incidiu sobre a função da psicanálise didática é evidente, desde que seja permitido um olhar sobre eles: daí o isolamento mediante o qual ela se protege a si mesma. As objeções com que se deparou nossa proposição não decorrem, em nossa Escola, de um temor tão orgânico. O fato de elas se haverem exprimido a propósito de um tema motivado já mobiliza a autocrítica. O controle das capacidades não mais é inefável, por requerer títulos mais justos. A Escola Freudiana não pode cair no tough sem humor de um psicanalista que conheci em minha última viagem aos EUA:
“A razão por que jamais atacarei as formas instituídas”, disse-me ele, “é que elas me asseguram sem problemas uma rotina que gera minha comodidade.” |
Versão no idioma original:
Proposition du 9 octobre 1967 sur le psychanalyste de l’École |